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Foto do escritorjornalrotasul

Sementes crioulas: Uma cultura que passa de geração a geração

Plantar, colher, guardar e compartilhar. Essa é a rotina dos guardiões de sementes – agricultores e agricultoras que formam a Rede de Sementes Agroecologia do Paraná e são parceiros da secretaria de Agricultura de Piên na missão de conservar as variedades crioulas. Transmitidas através das gerações, as sementes crioulas são aquelas tradicionais, adaptadas às condições locais e da agricultura familiar, sem restrição para multiplicação.

O trabalho da rede é identificar camponeses que produzem e guardem sementes e passem elas de pai para filho. O grupo busca a interação e a troca de sementes entre os agricultores, multiplicando o cultivo. Somente em 2020 foram mais de 30 mil quilos de sementes distribuídos entre aldeias indígenas, quilombolas e agricultores familiares.

Com mais famílias cultivando essas sementes, as variedades e a qualidade nutricional da alimentação melhora. Mas os guardiões e as guardiãs protegem mais do que alimento. Eles preservam o meio ambiente, evitando que variedades nativas sejam extintas. Também incentivam a autonomia das famílias do campo, as práticas agroecológicas e a independência em relação a insumos de fora da propriedade.

A cultura destas sementes crioulas sofreu um forte impacto com a mudança da agricultura, onde as sementes produzidas, conservadas, melhoradas e multiplicadas por agricultores vem sendo trocadas pelas sementes híbridas e transgênicas. “Nosso objetivo é preservar a cultura e manter viva a plantação que era cultivada antigamente. Por exemplo, o milho Avaxi Ete’i, conhecido com o milho verdadeiro, é utilizado de alimentação para os indígenas Guarani há muitos anos”, disse o secretário de Agricultura e Meio Ambiente Carlos Magon.

O município de Piên vem sendo parceiro do projeto, e através da secretaria de Agricultura quer fazer a aproximação da Rede de Sementes com o produtor local. Nesta semana a secretaria recebeu Ínes Fátima Polidoro e Gabriela Rudnick, integrantes da rede, que trouxeram algumas sementes e realizaram uma roda de conversa com os produtores que participaram do projeto no ano passado e levaram algumas mudas para casa. “Ouvimos os produtores que fizeram o plantio das sementes doadas ano passado e agora vieram para contar um pouco da sua experiência”, comentou Ínes.

Devido a pandemia os encontros presenciais neste momento estão restritos, porém, a secretaria de Agricultura está apta a receber os produtores que queiram participar do projeto, e realizar o meio de campo para que a troca das sementes aconteça. “É um trabalho muito interessante e nós enquanto fomentadores da agricultura vamos dar total apoio para que aconteça”, frisou Carlos. Agricultores interessados em participar do projeto devem procurar a sede da secretaria de Agricultura e Meio Ambiente.


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