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Foto do escritorjornalrotasul

Guardas levam tranquilidade para os ansiosos na fila da vacinação

Assim como boa parte dos servidores da Prefeitura, os guardas municipais nunca trabalharam tanto quanto na pandemia da covid-19. Esses profissionais fazem a proteção das equipes de Saúde na vacinação em instituições e de pessoas acamadas, a escolta na chegada e no transporte de novos lotes de vacinas, o apoio e organização das filas - até com um bom papo para acalmar quem tem medo da picadinha.

Com essas atividades que se tornaram prioritárias há mais de um ano, diariamente as equipes continuam a fazer orientação à população em parques, praças e eixos estratégicos, além da fiscalização de atividades anticovid (seguindo os decretos municipais vigentes), apoio na distribuição dos kits alimentação à rede municipal de ensino e apoio nos hospitais Evangélico, Trabalhador, Erasto Gaertner e Cajuru.

“Esse serviços são gratificantes para as equipes que, durante toda a pandemia, não puderam ficar em casa e continuaram, de forma ininterrupta, a prestar o apoio necessário à população na contenção do avanço da covid-19”, destaca o comandante da Guarda Municipal, Carlos Celso dos Santos Junior.

Trabalho este que colocou a Guarda Municipal em evidência no momento em que a corporação celebra 35 anos de existência. Só as orientações, desde o início do ano, foram feitas em 16,8 mil locais, abrangendo 87,6 mil pessoas. Em 2020 foram outras cerca de 323 mil pessoas orientadas e mais de 21 mil locais visitados desde o início da pandemia.

Auxílio na vacinação

Presente em todos os pontos de vacinação contra a covid-19, os guardas relembram a rotina de atendimento, principalmente, à população idosa. É o caso do guarda municipal Kauê Gustavo Machado da Silva.

“O sentimento que tenho no serviço que nos foi dado é de gratidão por poder ajudar as pessoas e proporcionar um maior senso de segurança. Estar ao lado da população com os profissionais de saúde é uma experiência incrível”, compartilha o guarda Kauê.

Ele lembra de conversar com os idosos na primeira etapa da vacinação, feita em sistema drive-thru. Com os colegas, ajudou na transferência de energia para carros que apresentaram problemas enquanto aguardavam. “Há uma troca de experiência e de histórias quando você fica conversando para tentar acalmar e explicar os procedimentos”, acrescenta.

Conversar e tranquilizar a população idosa na fila da vacinação também fez parte da rotina do guarda Lucas Mario Gonçalves Dalpra, que auxiliou no drive-thru do Boa Vista.

“É um trabalho cansativo, mas muito satisfatório. Procuro sempre dialogar e ter bom humor para quebrar, muitas vezes, aquela angústia. Procuramos tornar aquele momento o mais leve possível”, conta Dalpra.

Também atuando no Boa Vista, o GM Valdemir Mateus é morador do bairro e destaca essa integração com a comunidade local. “Trabalhamos no local onde conheço muita gente. O pessoal passa e conhece você pelo nome, sabe o trabalho que você desempenha. É algo que te dá credibilidade e você se sente satisfeito servindo ao público, a nossa função essencial”.

O GM João Lenon Dias Meira, que atua no Portão, destaca a admiração das crianças. “Receber esse feedback faz com que o trabalho se renove a cada dia, principalmente quando vem das crianças. Não tem sensação melhor do que ser abordado por uma criança na rua e ela chegar até você e falar "obrigada por cuidarem da gente."

Guardas presentes na escolta de vacinas

“A sensação é de que estamos levando mais vida para as pessoas.” Assim Thiago Santo Frasson define o trabalho de apoio da Guarda Municipal na vacinação aos acamados e instituições de saúde.

“A vizinhança, ao observar as viaturas e o guarda parado na frente, logo vem perguntar se aconteceu algo. Quando informamos que estamos escoltando a vacina, a reação é de alegria e de agradecimento. Dentro da residência, nos recebem com muita cordialidade. Sentimos no ar a esperança de que esta fase vai passar”, conta o GM Frasson.

Resistência à fiscalização

Outro trabalho da GM que se tornou fundamental para conter o avanço do coronavírus é o de coibir aglomerações e cobrar a utilização correta de máscaras de proteção - duas medidas eficazes no combate à covid-19.

Na linha de frente, muitas vezes os guardas encontram resistências.

“Algumas pessoas negam a existência do vírus ou acham muita austeridade ter que usar máscara, não fazer parte de aglomerações. As medidas vieram porque se fizeram necessárias”, argumenta o guarda municipal Vagner Bastos, integrante do Grupo Tático de Motos (GTM).

Ele lembra que os guardas também perderam companheiros de trabalho para a covid-19 e que tiveram que abrir mão de ver familiares. “Minha família mora em Santa Catarina e eu fico de seis a sete meses sem poder vê-los porque posso ser um vetor de transmissão, mesmo usando luvas, máscaras e álcool em gel no trabalho. É preciso que a população veja o guarda municipal ou o agente de fiscalização da Prefeitura como um ser humano que está trabalhando em prol de todos."

Da mesma forma que Bastos, a guarda Anna Christina Kuipers tem família fora de Curitiba e passou meses sem visitá-los. “A gente está num estado de emergência, então o pessoal precisa ter mais consciência e preocupação com as pessoas que estão em volta e saber que esse vírus não é brincadeira”, diz ela.



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