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Gerações de vacinados no SUS são exemplos no Dia Mundial de Imunização

Foto: Luiz Costa/SMCS

Wilmar ama Franciele que ama Giovanna que ama os dois. As três gerações da família curitibana Fiala são unidas pelo sangue e pela vacina, uma história de amor e cuidado que simboliza o Dia Mundial da Imunização, celebrado nesta quinta-feira (9/6).

“Tem que ensinar desde cedo”, afirma o patriarca de 65 anos, com o calendário vacinal em dia, como revela o aplicativo Saúde Já. "Carteira de vacinação é um documento", defende o aposentado, já vacinado com a quarta dose contra a covid-19 e contra a gripe.

Enquanto Wilmar diz não entender o que motiva quem deixa de vacinar os filhos, Franciele, 38 anos, exibe a carteirinha de vacinação, amarelada pelo tempo. "Aprendi com meu pai e com a minha mãe (Jussara, falecida há cinco anos) a deixar a carteira em dia, certinha, bonitinha", reforça a dona de casa.

Ao lado da mãe e do avô, a estudante Giovana, 12 anos, promete manter a tradição de respeito à ciência. "Pra mim tá funcionando", reitera a moça. Ela se recupera de um resfriado para só então tomar as vacinas contra a gripe e contra a covid-19 (terceira dose).

21 vacinas

Em 2022, até 31 de maio, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) aplicou 603.353 doses de 21 vacinas diferentes – 19 de rotina e duas de campanha: influenza e covid-19 – na população de Curitiba. Só contra a covid-19 foram 1.107.267 doses neste período.

"A vacina é a mais potente arma de saúde pública disponível para a sociedade. Não há dúvida com relação a isso", pondera a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella, para quem vacinar é um ato de amor.

Amor que também fez a dona de casa Rosilda Shiguematsu, 60 anos, levar os netos adolescentes Kamily, 14 anos, e Cauan, de 15, para tomar a terceira dose da vacina contra a covid-19. “É importante nos proteger”, conta a moça, antes de receber o imunizante na Unidade de Saúde Vila Feliz, no Novo Mundo.

Rosilda levou os jovens até o postinho porque os pais deles estavam no trabalho. Não queria que os netos esperassem mais. Aliás, nunca perdeu tempo quando o assunto era vacina. “O pai deles chorava um pouco, mas tomava a injeção. Eu dizia que era para sarar das doenças”, lembra ela.

Time grande

Franciele Fiala não tinha como sarar: ela pegou covid-19 antes da campanha da vacinação. "Tive falta de ar. Cansava até lavando louça. Fiquei três meses sem paladar", recorda a dona de casa, que toma as vacinas na Unidade de Saúde Ipiranga, no Capão Raso.

O alívio que ela sentiu com a chegada das vacinas durante a pandemia é o mesmo que a enfermeira Bibiana Passos de Oliveira, 43 anos, teve ao aplicar o imunizante nos dois filhos adolescentes, Rebeca e Lucas. “Foi a emoção mais intensa”, revela a profissional de saúde.

Bibiana trabalha na Unidade Saúde Jardim Paranaense, no Alto Boqueirão. Está há 13 anos no Sistema Único de Saúde (SUS) de Curitiba. Já vacinou milhares de pessoas, mas jamais viu tanta comoção quanto na pandemia. “Os primeiros idosos a serem vacinados choravam no drive-thru. A vacina trouxe esperança”, suspira a enfermeira.

Como ela, cerca de 800 profissionais da SMS trabalham diretamente ou dão apoio à rotina de vacinação em Curitiba espalhados por 107 unidades de saúde e nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Uma equipe que aplica 18 vacinas em crianças e adolescentes e seis vacinas em adultos e idosos.

O desafio

A despeito do negacionismo e da ação de movimentos antivacinas, que prejudicam a cobertura vacinal, a imunização segue firme seu histórico de proteção. A cultura de vacinação criada no Brasil é forte, o que explica grande parte da forte redução de mortes por covid-19 depois da chegada dos imunizantes.

“Esses movimentos contrários às vacinas sempre existiram”, observa a coordenadora da central de vacinas da SMS, Débora Carlet. Segundo ela, houve alguma resistência aos imunizantes durante a pandemia, mas o pior já teria passado.

“A população está aderindo”, completa a enfermeira, há 15 anos no SUS.

Débora aponta que nem sempre a necessidade epidemiológica tem a velocidade da procura pelas vacinas, daí a importância de campanhas de esclarecimento e de mutirões como o previsto para o próximo sábado (11/6), o Dia “D” da Vacinação.

Para a secretária de Saúde de Curitiba, a vacina é uma estratégia que protege o indivíduo, mas tem uma ação coletiva. “Quando você está se vacinando, você está se protegendo, sim, mas protegendo toda uma comunidade também”, assinala Beatriz Battistella.



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