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Bloqueada após cheias, BR-116 vira pista de pouso para avião com doações em Guaíba

Mantimentos foram enviados do Rio de Janeiro para cidade de Guaíba. Estado soma 95 mortos, quatro óbitos em investigação e 131 pessoas desaparecidas.

Por g1 RS

Avião com doações chega a Guaíba — Foto: Prefeitura de Guaíba/Divulgação

Acostumada a receber milhares de veículos por dia, no trânsito entre Porto Alegre e o Sul do estado, a BR-116 virou uma pista de pouso, em Guaíba. Um avião com remédios, mantimentos e água, com origem do Rio de Janeiro, desembarcou, nesta terça-feira (7), na estrada que está bloqueada em razão das cheias.

Guaíba tem 92,9 mil habitantes e fica do outro lado do lago, de frente para Porto Alegre. Além dos próprios moradores afetados, a cidade recebeu pessoas da cidade vizinha de Eldorado do Sul, completamente alagada pelo Rio Jacuí.

Avião com doações pousa em Guaíba

 

Homem sinaliza pista da BR-116 para pouso de avião com doações em Guaíba — Foto: Prefeitura de Guaíba/Divulgação

 

Avião sobrevoa BR-116 em Guaíba — Foto: Prefeitura de Guaíba/Divulgação

O prefeito Marcelo Maranata pediu que a população economize água e para que evitem o abastecimento de veículos, para garantir o funcionamento de ambulâncias e barcos que atuam no resgate. O município pede doações de alimentos e água potável.

Imagem aérea de Guaíba — Foto: Prefeitura de Guaíba/Divulgação

Previsão de mais chuvas

O governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que há "projeção de que as chuvas possam gerar novos dias de fortes inundações nessas regiões que já foram atingidas especialmente Vale do Taquari, a Serra".

"Não será a hora de voltar para casa, não será hora de estar nos lugares que foram atingidos", disse.

Há 207,8 mil pessoas fora de casa. Desse total, são 48,8 mil em abrigos e 159 mil desalojadas (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos). O RS tem 401 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, com 1,4 milhão pessoas afetadas.

 

instabilidade climática que causou os temporais que castigam o Rio Grande do Sul há mais de uma semana se movimenta em direção ao Sul do estado. Por essa razão, a Climatempo alerta para "perigo extremos de tempestades" nos municípios dessas regiões.

Com o movimento dos ventos, que empurram no sentido contrário a água da Lagoa dos Patos, cuja maior parte fica no Sul do estado, o escoamento da água do Guaíba é prejudicado, o que pode contribuir para as inundações em Porto Alegre.

As bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Gravataí, Sinos "jogam" suas águas para o Guaíba, na Capital, formando uma espécie de funil que retém as enchentes e atrapalha a saída para o mar.

 

Parque de diversões foi tomado pela água em Canoas (RS) — Foto: Nelson Almeida/AFP

Na quinta (9), o ar frio vai fazer com que as temperaturas caiam, com mínimas entre 5° e 11°C no Centro-Sul do estado.

"A condição um pouco mais expressiva ainda que a gente está prevendo é a parte da Metade Oeste do Rio Grande do Sul. Então, se a gente for traçar aí uma uma região, diríamos que seria a parte da Campanha, o Oeste, o Centro e o Noroeste do estado com relação a temporais", afirmou a meteorologista Cátia Valente, da Sala de Situação do RS.

Há projeção de mais chuvas entre sexta (10) e domingo (12).

"Há uma primeira projeção já de que, entre sexta-feira e domingo, nós voltemos a ter chuvas muito fortes na Metade Norte do estado, com incidência nos rios que já se elevaram e que já provocaram todos esses estragos", falou Leite.

Eduardo Leite ainda comentou qual é a estratégia do governo no combate aos impactos da cheia no estado.

"A primeira estrátegia é o alerta. Fazer a população compreender a gravidade do que aconteceu e do que vem pela frente. Nossa preocupação é não termos pessoas em áreas de risco. E de outro lado, buscarmos sustentar os serviços todos nestas condições. Precisamos garantir, nos abrigos públicos, abastecimento de água, saneamento, esgotamento sanitário, energia elétrica, alimentos, cobertores, em função do frio. Doação de cobertores e roupas de inverno é bem-vinda. Buscamos apoiar os munícipos para religar os serviços. Pedindo um grupo para ajudar na drenagem urbana, especialmente em Porto Alegre", detalhou.

 



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